28/11/2025
O Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CGIBS) deu início ao processo de seleção das empresas que participarão do Projeto Piloto do Sistema de Apuração Assistida do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), uma das etapas mais importantes da preparação para a implantação do novo imposto, previsto para entrar em vigor em 2026.
A iniciativa representa um passo estratégico para validar, em ambiente real, como serão apurados os créditos e débitos do IBS, considerado o eixo central da Reforma Tributária do consumo.
Piloto usará dados reais de NF-e para validar o modelo de apuração
Desenvolvido em parceria com a Sefaz Virtual do Rio Grande do Sul (SVRS), o piloto será executado com base em dados reais extraídos de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e).
O objetivo é testar, na prática, os fluxos de apuração que contribuirão para calibrar o sistema e garantir que a futura transição ocorra com menos inconsistências.
A participação será restrita a aproximadamente 300 empresas, escolhidas de maneira automatizada conforme critérios técnicos, entre eles:
Volume e diversidade das operações;
Atuação em diferentes unidades da federação;
Qualidade e consistência das informações fiscais transmitidas;
Enquadramento no regime de tributação regular.
Segundo o CGIBS, a seleção busca criar um ambiente de testes robusto, que represente diferentes setores e perfis de contribuintes.
CronogramaA lista das empresas habilitadas será divulgada em 26 de dezembro de 2025. O projeto terá três meses de duração, entre janeiro e março de 2026.
A partir de abril, uma segunda fase ampliará o escopo do teste, incorporando:
Novos contribuintes;
Outros documentos fiscais eletrônicos além da NF-e;
Operações sujeitas a regimes específicos de tributação.
Essa expansão permitirá ajustes mais amplos e aumentará o nível de adesão e maturidade do sistema antes da implantação definitiva do IBS.
O que muda para o público contábil
Para profissionais da contabilidade, o piloto será uma oportunidade de observar, pela primeira vez, como funcionará o modelo de apuração assistida, elemento central para reduzir litígios e aumentar a transparência do imposto.
Entre os aspectos que o setor deverá acompanhar com atenção estão:
O comportamento dos créditos e débitos do IBS na prática;
A compatibilidade do sistema com ERPs e rotinas fiscais;
Eventuais necessidades de revisão de processos internos e parametrizações;
Impactos no cumprimento das obrigações acessórias durante a transição.
A experiência também servirá como base para capacitações, ajustes de sistemas e planejamento das equipes contábeis, que terão papel decisivo na adaptação ao novo imposto.
Transparência e cooperação na construção do IBS
De acordo com o Comitê Gestor, o piloto reforça a estratégia de construir um modelo de apuração moderno, eficiente e validado pelos próprios usuários do sistema. A etapa também contribui para fortalecer a segurança jurídica e consolidar a troca de informações entre contribuintes e administrações tributárias.
O CGIBS destaca que o processo é colaborativo e que o objetivo é garantir que o sistema entre em operação com elevado nível de confiabilidade e menor risco de ajustes abruptos.
Fonte: Contábeis
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